sábado, 17 de agosto de 2013

CONCENTRAÇÃO DA RENDA NO BRASIL, UM PROBLEMA A SER RESOLVIDO

Mesmo tendo diminuído a concentração da renda no Brasil nos últimos dez anos, mas efetivamente a diferença entre ricos e pobres ainda é muito grande, é necessário avançar muito para chegar ao nível dos países desenvolvidos, afinal nós já somos a 6ª economia do mundo e precisamos pensar como um país rico, o bolo já cresceu e precisa ser mais bem dividido. Segundo o estudo do IBGE os 20% mais ricos ficaram com 57,7% do total da renda em 2011, enquanto isso, os 40% mais pobres ficaram com apenas 11% da riqueza nacional.

Outro dado ajuda também a entender o tamanho da concentração da renda, enquanto 1% das famílias mais ricas consome 15% da renda gerada no país, mais de 85 milhões de pessoas, consomem apenas 12%. Isso significa que quase a metade da população consome apenas 12% da renda gerada.

Estudos também apontam que apenas 5.000 famílias extensas que detêm 45% da renda e da riqueza nacional. São elas, que através dos bancos, emprestam dinheiro ao governo, e receberam no ano de 2011 110 bilhões de reais em juros do governo. Enquanto isso, para os projetos sociais (Bolsa Família e outros) são destinados apenas cerca de 50 bilhões. Por isso, quando o governo baixa os juros tem sempre gente na mídia apresentando índice de inflação e aumento de preço de algum produto para o aumento da taxa de juros. Chegam até o cúmulo de insinuar que a que o culpado pelo aumento da inflação é o pobre e que o aumento da sua renda está aumentando a disputa pelos produtos nas prateleiras dos supermercados.

É bom lembrar que esta concentração tem origem na formação e constituição política apoiada numa estrutura de poder fortemente controlada por elites tradicionais, locais e nacionais, que pouco mudou sua maneira de fazer política e de governar em toda a história do Brasil. Os mandatários da terra e da indústria (o capital), do poder, do saber e da comunicação social sempre conseguiram impedir esta as transformações sociais, foram vários golpes de estado e ditadura para atender somente os interesses da elite, com isso grande porção da população fica à margem das conquistas modernas. Como já dizia Darcy Ribeiro, nós temos uma das elites mais opulentas, antissociais e conservadoras do mundo.

Para mudar esta realidade histórica é necessária a utilização permanente de políticas públicas com estratégias voltadas para redistribuição da renda. O aumento real do salário mínimo é um fator importante. O esforço contínuo para aumento do emprego, urbano e rural, também é um fator determinante para o aumento da renda, pois a melhor política salarial é um baixo índice de desemprego, nesta situação geralmente os trabalhadores conseguem aumento real de salário. A democratização do acesso à educação, tratando os desiguais de forma diferente juntamente com um processo contínuo de expansão do ensino superior para todo o território nacional. A falta de reforma agrária e a legalização fundiária são fatores determinantes da concentração da renda no Brasil, portanto é fundamental garantir o acesso à propriedade, urbana e rural.

Falo em reforma agrária porque a formação econômico-social é decorrente do modelo colonial, baseada na produção agrário exportador que mantém boa parte das suas características até hoje como a produção da cana, da soja e do milho em propriedades com grande extensão territorial e utilização de trabalho precário. Passaram da escravidão legalizada para escravidão informal (subemprego), os trabalhadores que construíram a riqueza do país continuam sem absorver os frutos do desenvolvimento econômico. Manter este contingente da população brasileira sem a posse da terra é condená-la de forma permanente a situação de vulnerabilidade social e a formação do exército de mão-de-obra de reserva para atender os interesses do capitalismo.

A legalização fundiária urbana também é urgente e necessária, os mecanismos legais já estão colocados através da Lei do Estatuto da Cidade. Só haverá cidadania quando este direito for garantido. Cidadão é sujeito de direitos, inclusive a posse. No Brasil há milhões de famílias que vivem em ocupações irregulares, principalmente nas médias e grandes cidades. Quem vive nestas áreas não possui endereço, fato que dificulta o acesso a um emprego ou a um financiamento no comércio e geralmente não tem acesso a água e ao esgoto.

Enfim, só haverá um Brasil verdadeiramente democrático quando as estruturas do poder e do ter forem democratizadas. É necessário criar estratégias para eliminar as estruturas que oprimem o povo trabalhador e o exclui do processo de acumulação do saber e da riqueza material.

domingo, 28 de julho de 2013

POLITICA, CIDADANIA, A JUVENTUDE E AS MOBILIZAÇÕES DE JUNHO.


Não há cidadania sem a politica e nem política sem cidadania, para ser cidadão tem que estar em dia com os seus direitos políticos. A diferença entre cidadania e política é porque a política é uma palavra de origem grega e cidadania do latim.
É comum ouvir, principalmente dos mais jovens, que política é coisa de idiota, pois observando a origem da palavra é justamente o contrário. A origem da palavra idiota vem do grego, que significava quem só pensa na sua própria vida e recusa a política. Aquele que se dedicava a cidade e a comunidade ou a sociedade era chamado de político. É justamente dessa forma que a elite (intelectual conservadora e do capital) quer que o povo se comporte, pois um povo que discute política é muito mais difícil ser enrolado e consegue distinguir melhor quem está verdadeiramente do seu lado.
Não podemos confundir partido com política, partido é apenas uma das maneiras de fazer política. Não é necessário partidarizar o debate o mais importante é politizar o conteúdo, pois isso gera consciência política. Partido você tem o direito de decidir se quer ou não fazer parte, já a política, quer você queira ou não ela vai fazer parte da sua vida, o fato de ficar neutro é um ato político que geralmente significa ficar ao lado dos poderosos.
A ausência da discussão política facilita o surgimento dos falsos líderes, dá força e vez para o fascismo o conservadorismo. É preciso entender que um voto em vereador está vinculado às ideias que seu partido defende, pois a partir do momento que ele é eleito ele passa a fazer parte do mapa do poder de um município, estado e nação. O voto é importante, mas tem consequência, muitas vezes decidiram o destino de milhões de pessoas.
Acompanhei atentamente todas as manifestações no mês de junho e observei muitas coisas que, sinceramente fiquei preocupado. Aqui em Florianópolis eu ouvi o Presidente da AEMFLO e CDL/São José falando na CBN que os empresários estavam apoiando o movimento e que isso o fazia lembrar o tempo que ele cursava a universidade em que os jovens foram para a rua apoiar a “revolução“, ou seja, a ditadura de 1964, apoiando inclusive o fechamento da ponte.  Isso foi emblemático.
A pauta colocada nas ruas, exceto a do passe livre que é legítima e consistente, as demais eram a pauta da mídia, sem conteúdo e sem liderança. Aparecia mais saúde, mas não vinculava a luta social travada para aumentar os recursos para a saúde. Aparecia abaixo a corrupção, mas vinculava ao projeto de estava tramitando que pela primeira vez no Brasil pretende punir o corruptor também. Não havia nenhuma menção pela redução da carga horária para 40 horas semanais será porque contraria os interesses da Grande Mídia e dos patrões? Não havia ninguém pedindo a redução dos juros, será porque contraria os interesses da Grande Mídia e do setor financeiro? Olha que os juros e os encargos da dívida consomem hoje quase 43% dos impostos arrecadados e no passado chegou a quase 60%. É preciso olhar a lei que rege o fenômeno e não só apenas o fenômeno, já dizia Karl Marx.
Qual o legado da mobilização? Na minha avaliação o maior legado e a abertura para fazer o debate e a disputa política com a juventude do Brasil. Há tempo que eu já vinha discutindo com colegas sobre a dificuldade de debater política com a juventude. O difícil é encontrar a forma ideal para fazer este debate, pela internet você não debate apenas compartilha. Nas universidades tenho muito pouca esperança, pois a maioria dos cursos são voltados para o mercado e, neste caso, o debate não costuma se contrapor aos interesses do mercado, principalmente porque muitas pesquisas são financiadas pelo setor privado. E ainda tem um problema a mais, hoje no Brasil tem muito curso superior que não são feito dentro da sala de aula e boa parte através de vídeo aula.
Outro legado é que o povo nas suas manifestações genéricas deixou claro que quer mais presença do Estado e isso pode ser um grande problema para os governantes conservadores e defensores do mercado e do estado mínimo. O povo não irá aceitar como queriam no passado a privatização das Universidades Federais, acabar com a CLT e as garantias no mercado de trabalho, retirar da constituição a expressão “a saúde é um direito de todos e dever do estado”, desvinculação do salário mínimo para os aposentados.

Assina: Carlos Borges 

terça-feira, 12 de março de 2013

CHAVES, UM LUTADOR QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO

A grande mídia brasileira colocou o Hugo Chaves como um inimigo da democracia e da liberdade de expressão, mas sempre escondeu a sua verdadeira história. Chaves foi eleito com o voto do povo Venezuelano, todas as mudanças na Constituição foram submetidas ao referendo popular, inclusive sobre a reeleição, coisa que aqui no Brasil o FHC alterou somente pela votação do Congresso Nacional e ainda sob a acusação de compra de votos.

O que o povo espera de um governo? Não é a melhoria das condições de vida? Chaves conseguiu fazer com a Venezuela tivesse o maior crescimento econômica da região, erradicou o analfabetismo e melhorou a renda, principalmente dos mais pobres.

No link abaixo  você pode acessar um texto bem elaborado que relata toda a trajetória de Hugo Chaves.http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/breve-historico-de-chavez-e-do-movimento-bolivariano


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A CADA DIA OS ESTADOS UNIDOS AUMENTAM O SEU CONTROLE SOBRE O MUNDO


Os EUA detêm 5% da população mundial e consome 25% da energia mundial. Os chamados países desenvolvidos congregam um quinto da população mundial, ou seja, 20% dos habitantes da terra e, por sua vez, consome 80% de todos os recursos naturais consumidos. As guerras e as articulações internacionais têm sempre como objetivo principal de garantir o fornecimento de matéria-prima ao preço menor possível aos países do centro capitalista. Eles sabem que este padrão de consumo é insustentável se for estendidos para todos os países do planeta, então é necessário criar artifícios para manter os países pobres no mesmo estágio de pobreza e evitar que os países pobres tenham mais independência e fiquem livres das amarras políticas e comerciais.

Leia abaixo os textos que você entenderá um pouco mais de que o mundo é muito diferente do que o apresentado na telinha da TV saiu o Busch, o Senhor da Guerra, mas a guerra continua em curso no governo de Obama.


A invasão real da África não está nos noticiários

Por John Pilger, em seu site

A invasão pouco tem a ver com "islamismo" e, quase tudo a ver com a aquisição de recursos, nomeadamente minérios, e com uma aceleração da rivalidade com a China. Ao contrário da China, os EUA e seus aliados estão preparados para utilizar um grau de violência já demonstrado no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iémen e Palestina. Tal como na guerra-fria, uma divisão de trabalho exige que o jornalismo ocidental e a cultura popular providenciem a cobertura de uma guerra sagrada contra um "arco ameaçador" de extremismo islâmico, não diferente da falsa "ameaça vermelha" de uma conspiração comunista mundial. Leia mais: 

DRONES - AVIÕES DE GUERRA SEM TRIPULAÇÃO ESTÃO MATANDO GENTE PELO MUNDO COMANDADO PELO GOVERNO OBAMA
Artigo de autoria da escritora americana, Medea Benjamin, 60 anos, é cofundadora do Codepink,  um grupo de defesa dos direitos humanos. 
No dia 29 de maio, o New York Times publicou uma análise profunda sobre o papel do presidente Obama em relação à autorização dos ataques feitos pelos drones americanos no exterior, particularmente no Paquistão, no Iêmen e na Somália. É de arrepiar ver a fria e macabra facilidade com a qual o presidente e seu pessoal decidem quem irá viver e quem irá morrer. O destino de pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância é decidido por um grupo de americanos, eleitos ou não eleitos, que não falam sua linguagem, não conhecem sua cultura, não entendem seus motivos e valores. Embora afirmem representar a maior democracia do mundo, os líderes americanos estão colocando, em uma lista de pessoas para serem mortas jovens que não têm a oportunidade de se render e certamente não têm também a oportunidade de serem julgadas em um tribunal. Leia mais:http://diariodocentrodomundo.com.br/o-terror-que-os-drones-americanos-estao-levando-a-varios-paises/