segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A realização da Copa não retira recursos da Saúde e da Educação.

Gastos com a copa não retiram dinheiro do Orçamento da Educação e da Saúde, para estes setores já tem recursos obrigatório previsto na Constituição para cada esfera de Governo, então gastos com a Copa do Mundo e serviços públicos de qualidade não estão em contradição, como parte da mídia tenta passar para o povo.
Este caso é muito diferente do uso de recursos BNDES para financiar a privatização como no governo de FHC. O BNDES emprestou muito dinheiro para que os empresários comprar as estatais construídas com recursos públicos. Nesta época a mídia não excitava o povo para ir para rua, claro atendia os seus interesses capitalistas e a sua classe.
Por definição o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é uma empresa pública federal para financiamento de longo prazo e investimentos em todos os segmentos da economia. É bom salientar que os recursos emprestados por este banco tem que ser devolvido com juros e correções.
Boa parte dos recursos do BNDES é emprestada ao setor privado, como acontece também com o Banco do Brasil que empresta mais de 115 bilhões para o setor agrícola, aonde mais de 80% vai para o Agronegócio. Então também está tirando recursos da Educação e Saúde? A resposta é negativa.
Curiosamente eu não vejo a Grande Mídia e seus articulistas defendendo que o povo deva ir para rua lutar pelo projeto de iniciativa popular que aumenta recursos para a Saúde, para o projeto que aumenta recursos para a Educação, lutar por Reforma Agrária e Reforma Urbana. Também não vejo campanha para o povo ir para a rua lutar contra o aumento da Taxa de Juros, ao contrário vê a mídia todo dia falando e inventando índice de inflação para forçar o governo aumentar a taxa de juros. Provavelmente esta deve ser a maior fonte de receita da Família Marinho, a família mais rica do Brasil, pois da rede Globo na dever ser porque faz pouco tempo que estiveram com o pires na mão em busca de recursos.
O fato é que o que está em jogo não é o que aparece na telinha, o que aparece é apenas para iludir o povo e usá-lo como massa de manobra. O que está em jogo é a luta de classe. É parte da Mídia e do Capital que não querem perder a sua fatia da renda, a renda quanto mais concentrada melhor. Então se depender deles não pode haver política de valorização do salário mínimo, não pode haver manutenção e garantia dos direitos trabalhistas e o baixo nível de desemprego cria dificuldades para a contratação de trabalhadores.
Os gastos ou investimentos com os estádios devem alcançar em torno de R$ 9 bilhões com boa parte dos recursos vem do BNDES, no máximo 400 milhões de reais por arena. Outra coisa que deve ser falada é que a maioria das obras é de responsabilidade dos governos estaduais e dos times como o caso do estádio do Internacional, do Atlético do Paraná e do Corinthians. Neste caso, onde houver superfaturamento deve ser cobrada a responsabilidade do gestor local. O restante dos gastos como modernização de portos e aeroportos, renovação da infraestrutura hoteleira, obras de mobilidade urbana e fortalecimento da rede de telecomunicações deverão ser gastos aproximadamente R$ 22 bilhões.
Não podemos deixar de levar em conta o impacto positivo sobre a economia brasileira, gerando empregos, aumentando o consumo e atraindo outros investimentos, aumento da produtividade, modernização do setor de turismo e melhora da infraestrutura urbana.
No Brasil dos brasileiros existe uma elite que historicamente sempre pensou de forma subserviente, sempre atendendo aos interesses da burguesia internacional, estes veem o Brasil com os olhos dos estrangeiros. A rigor não são brasileiros são "brazileiros", é como os “gringos” escrevem o nosso país – Brazil.
O importante nesta história toda que os gastos para a Copa do Mundo não ocorreram em detrimento da educação. Temos que vencer o “complexo de vira-lata”, o Brasil também pode ter estádios modernos, afinal de contas somos o país do futebol e já somos a 5ª maior economia do mundo.
Carlos Borges.

sábado, 17 de agosto de 2013

CONCENTRAÇÃO DA RENDA NO BRASIL, UM PROBLEMA A SER RESOLVIDO

Mesmo tendo diminuído a concentração da renda no Brasil nos últimos dez anos, mas efetivamente a diferença entre ricos e pobres ainda é muito grande, é necessário avançar muito para chegar ao nível dos países desenvolvidos, afinal nós já somos a 6ª economia do mundo e precisamos pensar como um país rico, o bolo já cresceu e precisa ser mais bem dividido. Segundo o estudo do IBGE os 20% mais ricos ficaram com 57,7% do total da renda em 2011, enquanto isso, os 40% mais pobres ficaram com apenas 11% da riqueza nacional.

Outro dado ajuda também a entender o tamanho da concentração da renda, enquanto 1% das famílias mais ricas consome 15% da renda gerada no país, mais de 85 milhões de pessoas, consomem apenas 12%. Isso significa que quase a metade da população consome apenas 12% da renda gerada.

Estudos também apontam que apenas 5.000 famílias extensas que detêm 45% da renda e da riqueza nacional. São elas, que através dos bancos, emprestam dinheiro ao governo, e receberam no ano de 2011 110 bilhões de reais em juros do governo. Enquanto isso, para os projetos sociais (Bolsa Família e outros) são destinados apenas cerca de 50 bilhões. Por isso, quando o governo baixa os juros tem sempre gente na mídia apresentando índice de inflação e aumento de preço de algum produto para o aumento da taxa de juros. Chegam até o cúmulo de insinuar que a que o culpado pelo aumento da inflação é o pobre e que o aumento da sua renda está aumentando a disputa pelos produtos nas prateleiras dos supermercados.

É bom lembrar que esta concentração tem origem na formação e constituição política apoiada numa estrutura de poder fortemente controlada por elites tradicionais, locais e nacionais, que pouco mudou sua maneira de fazer política e de governar em toda a história do Brasil. Os mandatários da terra e da indústria (o capital), do poder, do saber e da comunicação social sempre conseguiram impedir esta as transformações sociais, foram vários golpes de estado e ditadura para atender somente os interesses da elite, com isso grande porção da população fica à margem das conquistas modernas. Como já dizia Darcy Ribeiro, nós temos uma das elites mais opulentas, antissociais e conservadoras do mundo.

Para mudar esta realidade histórica é necessária a utilização permanente de políticas públicas com estratégias voltadas para redistribuição da renda. O aumento real do salário mínimo é um fator importante. O esforço contínuo para aumento do emprego, urbano e rural, também é um fator determinante para o aumento da renda, pois a melhor política salarial é um baixo índice de desemprego, nesta situação geralmente os trabalhadores conseguem aumento real de salário. A democratização do acesso à educação, tratando os desiguais de forma diferente juntamente com um processo contínuo de expansão do ensino superior para todo o território nacional. A falta de reforma agrária e a legalização fundiária são fatores determinantes da concentração da renda no Brasil, portanto é fundamental garantir o acesso à propriedade, urbana e rural.

Falo em reforma agrária porque a formação econômico-social é decorrente do modelo colonial, baseada na produção agrário exportador que mantém boa parte das suas características até hoje como a produção da cana, da soja e do milho em propriedades com grande extensão territorial e utilização de trabalho precário. Passaram da escravidão legalizada para escravidão informal (subemprego), os trabalhadores que construíram a riqueza do país continuam sem absorver os frutos do desenvolvimento econômico. Manter este contingente da população brasileira sem a posse da terra é condená-la de forma permanente a situação de vulnerabilidade social e a formação do exército de mão-de-obra de reserva para atender os interesses do capitalismo.

A legalização fundiária urbana também é urgente e necessária, os mecanismos legais já estão colocados através da Lei do Estatuto da Cidade. Só haverá cidadania quando este direito for garantido. Cidadão é sujeito de direitos, inclusive a posse. No Brasil há milhões de famílias que vivem em ocupações irregulares, principalmente nas médias e grandes cidades. Quem vive nestas áreas não possui endereço, fato que dificulta o acesso a um emprego ou a um financiamento no comércio e geralmente não tem acesso a água e ao esgoto.

Enfim, só haverá um Brasil verdadeiramente democrático quando as estruturas do poder e do ter forem democratizadas. É necessário criar estratégias para eliminar as estruturas que oprimem o povo trabalhador e o exclui do processo de acumulação do saber e da riqueza material.

domingo, 28 de julho de 2013

POLITICA, CIDADANIA, A JUVENTUDE E AS MOBILIZAÇÕES DE JUNHO.


Não há cidadania sem a politica e nem política sem cidadania, para ser cidadão tem que estar em dia com os seus direitos políticos. A diferença entre cidadania e política é porque a política é uma palavra de origem grega e cidadania do latim.
É comum ouvir, principalmente dos mais jovens, que política é coisa de idiota, pois observando a origem da palavra é justamente o contrário. A origem da palavra idiota vem do grego, que significava quem só pensa na sua própria vida e recusa a política. Aquele que se dedicava a cidade e a comunidade ou a sociedade era chamado de político. É justamente dessa forma que a elite (intelectual conservadora e do capital) quer que o povo se comporte, pois um povo que discute política é muito mais difícil ser enrolado e consegue distinguir melhor quem está verdadeiramente do seu lado.
Não podemos confundir partido com política, partido é apenas uma das maneiras de fazer política. Não é necessário partidarizar o debate o mais importante é politizar o conteúdo, pois isso gera consciência política. Partido você tem o direito de decidir se quer ou não fazer parte, já a política, quer você queira ou não ela vai fazer parte da sua vida, o fato de ficar neutro é um ato político que geralmente significa ficar ao lado dos poderosos.
A ausência da discussão política facilita o surgimento dos falsos líderes, dá força e vez para o fascismo o conservadorismo. É preciso entender que um voto em vereador está vinculado às ideias que seu partido defende, pois a partir do momento que ele é eleito ele passa a fazer parte do mapa do poder de um município, estado e nação. O voto é importante, mas tem consequência, muitas vezes decidiram o destino de milhões de pessoas.
Acompanhei atentamente todas as manifestações no mês de junho e observei muitas coisas que, sinceramente fiquei preocupado. Aqui em Florianópolis eu ouvi o Presidente da AEMFLO e CDL/São José falando na CBN que os empresários estavam apoiando o movimento e que isso o fazia lembrar o tempo que ele cursava a universidade em que os jovens foram para a rua apoiar a “revolução“, ou seja, a ditadura de 1964, apoiando inclusive o fechamento da ponte.  Isso foi emblemático.
A pauta colocada nas ruas, exceto a do passe livre que é legítima e consistente, as demais eram a pauta da mídia, sem conteúdo e sem liderança. Aparecia mais saúde, mas não vinculava a luta social travada para aumentar os recursos para a saúde. Aparecia abaixo a corrupção, mas vinculava ao projeto de estava tramitando que pela primeira vez no Brasil pretende punir o corruptor também. Não havia nenhuma menção pela redução da carga horária para 40 horas semanais será porque contraria os interesses da Grande Mídia e dos patrões? Não havia ninguém pedindo a redução dos juros, será porque contraria os interesses da Grande Mídia e do setor financeiro? Olha que os juros e os encargos da dívida consomem hoje quase 43% dos impostos arrecadados e no passado chegou a quase 60%. É preciso olhar a lei que rege o fenômeno e não só apenas o fenômeno, já dizia Karl Marx.
Qual o legado da mobilização? Na minha avaliação o maior legado e a abertura para fazer o debate e a disputa política com a juventude do Brasil. Há tempo que eu já vinha discutindo com colegas sobre a dificuldade de debater política com a juventude. O difícil é encontrar a forma ideal para fazer este debate, pela internet você não debate apenas compartilha. Nas universidades tenho muito pouca esperança, pois a maioria dos cursos são voltados para o mercado e, neste caso, o debate não costuma se contrapor aos interesses do mercado, principalmente porque muitas pesquisas são financiadas pelo setor privado. E ainda tem um problema a mais, hoje no Brasil tem muito curso superior que não são feito dentro da sala de aula e boa parte através de vídeo aula.
Outro legado é que o povo nas suas manifestações genéricas deixou claro que quer mais presença do Estado e isso pode ser um grande problema para os governantes conservadores e defensores do mercado e do estado mínimo. O povo não irá aceitar como queriam no passado a privatização das Universidades Federais, acabar com a CLT e as garantias no mercado de trabalho, retirar da constituição a expressão “a saúde é um direito de todos e dever do estado”, desvinculação do salário mínimo para os aposentados.

Assina: Carlos Borges 

terça-feira, 12 de março de 2013

CHAVES, UM LUTADOR QUE NÃO PODE SER ESQUECIDO

A grande mídia brasileira colocou o Hugo Chaves como um inimigo da democracia e da liberdade de expressão, mas sempre escondeu a sua verdadeira história. Chaves foi eleito com o voto do povo Venezuelano, todas as mudanças na Constituição foram submetidas ao referendo popular, inclusive sobre a reeleição, coisa que aqui no Brasil o FHC alterou somente pela votação do Congresso Nacional e ainda sob a acusação de compra de votos.

O que o povo espera de um governo? Não é a melhoria das condições de vida? Chaves conseguiu fazer com a Venezuela tivesse o maior crescimento econômica da região, erradicou o analfabetismo e melhorou a renda, principalmente dos mais pobres.

No link abaixo  você pode acessar um texto bem elaborado que relata toda a trajetória de Hugo Chaves.http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/breve-historico-de-chavez-e-do-movimento-bolivariano


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A CADA DIA OS ESTADOS UNIDOS AUMENTAM O SEU CONTROLE SOBRE O MUNDO


Os EUA detêm 5% da população mundial e consome 25% da energia mundial. Os chamados países desenvolvidos congregam um quinto da população mundial, ou seja, 20% dos habitantes da terra e, por sua vez, consome 80% de todos os recursos naturais consumidos. As guerras e as articulações internacionais têm sempre como objetivo principal de garantir o fornecimento de matéria-prima ao preço menor possível aos países do centro capitalista. Eles sabem que este padrão de consumo é insustentável se for estendidos para todos os países do planeta, então é necessário criar artifícios para manter os países pobres no mesmo estágio de pobreza e evitar que os países pobres tenham mais independência e fiquem livres das amarras políticas e comerciais.

Leia abaixo os textos que você entenderá um pouco mais de que o mundo é muito diferente do que o apresentado na telinha da TV saiu o Busch, o Senhor da Guerra, mas a guerra continua em curso no governo de Obama.


A invasão real da África não está nos noticiários

Por John Pilger, em seu site

A invasão pouco tem a ver com "islamismo" e, quase tudo a ver com a aquisição de recursos, nomeadamente minérios, e com uma aceleração da rivalidade com a China. Ao contrário da China, os EUA e seus aliados estão preparados para utilizar um grau de violência já demonstrado no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iémen e Palestina. Tal como na guerra-fria, uma divisão de trabalho exige que o jornalismo ocidental e a cultura popular providenciem a cobertura de uma guerra sagrada contra um "arco ameaçador" de extremismo islâmico, não diferente da falsa "ameaça vermelha" de uma conspiração comunista mundial. Leia mais: 

DRONES - AVIÕES DE GUERRA SEM TRIPULAÇÃO ESTÃO MATANDO GENTE PELO MUNDO COMANDADO PELO GOVERNO OBAMA
Artigo de autoria da escritora americana, Medea Benjamin, 60 anos, é cofundadora do Codepink,  um grupo de defesa dos direitos humanos. 
No dia 29 de maio, o New York Times publicou uma análise profunda sobre o papel do presidente Obama em relação à autorização dos ataques feitos pelos drones americanos no exterior, particularmente no Paquistão, no Iêmen e na Somália. É de arrepiar ver a fria e macabra facilidade com a qual o presidente e seu pessoal decidem quem irá viver e quem irá morrer. O destino de pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância é decidido por um grupo de americanos, eleitos ou não eleitos, que não falam sua linguagem, não conhecem sua cultura, não entendem seus motivos e valores. Embora afirmem representar a maior democracia do mundo, os líderes americanos estão colocando, em uma lista de pessoas para serem mortas jovens que não têm a oportunidade de se render e certamente não têm também a oportunidade de serem julgadas em um tribunal. Leia mais:http://diariodocentrodomundo.com.br/o-terror-que-os-drones-americanos-estao-levando-a-varios-paises/

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

2013 SERÁ UM ANO DE DISPUTA MAIS INTENSA

O final de 2012 aponta para um cenário de disputas e lutas para o ano de 2013, o povo precisa discutir e enfrentar a casa-grande que comanda a elite do capital. A grande mídia conservadora - PIG (Partido da Imprensa Golpista) há tempo vem passando o seu recado. A história nos mostra do que eles são capazes, já fizeram isso algumas vezes, em 1964 também. Então não devemos ficar atento apenas aos fenômenos, mas para as leis que estão determinando os fenômenos, o texto abaixo contribui para esclarececer um pouco esta questão.

"A crise sistêmica do capitalismo, blindada desde 2008 pelo poder de persuasão do seu aparato ideológico, encerra certo incentivo ao desespero milenarista.

A percepção do matadouro existe; seus contornos se estreitam. Alternativas são desautorizadas . O velho aparato interdita a busca de novos caminhos. Instituições são capturadas pela crise; a sociedade é destituída das suas salvaguardas. Governantes mugem como gado no rumo do abate. Pode ser no próximo ajuste. Ou nas urnas.

Seria preciso reformar as instituições democráticas para enfrentar a abrangência e a profundidade de uma crise como a atual.

O dispositivo midiático cuida de interditar esse debate.E toma a lição de casa a cada dia. No café da manhã, à tarde e na sabatina da noite." (Saul Leblon - Carta Maior)
Leia o texto na íntegra:http://cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1160

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A GRANDE MÍDIA E SEUS INTERESSES



Mídia exerce o papel de “aparelho privado de hegemonia” , segundo a definição de Antonio Gramsci.  A mídia atua como agentes políticos-ideológicos que procura defender os interesses de determinadas classes sociais, com isso, em nome da “opinião pública” tentam ditar as agendas dos governos.  São agentes privados que possui os seus interesses privados e procuram representar o todo desde que isto não interfira em seus interesses ou de determinadas classes sociais.
A dita “opinião pública” é algo paulatinamente forjada e acertada entre os órgãos da grande mídia. Há tempos atrás até podia-se encontrar diferenças entre as grandes mídias, escritas ou faladas, hoje não há mais diferenças de conteúdo, deixando muito claro o seu foco ideológico em defesa dos interesses do capital.
Como vimos à mídia não representa os interesses do povo e sim de parte do povo, por isso não devamos aceitá-la, sem restrição, como agente de investigação, pois não é o seu papel a mediação de conflitos e geralmente não assegura a proteção aos envolvidos, como o direito de resposta, por exemplo, este papel cabe ao Estado. Para se legitimar a mídia tenta se revestir da ideologia da “neutralidade”, da “independência”, da busca “pelo bem comum”, do “apartidarismo”, da “liberdade de expressão” e “sentimento nacional” entre tantos outros. Quem participa de movimentos e debates sabe, a opinião das pessoas pode sempre ser mudadas, basta ter acesso às informações.
No Brasil não haverá democracia sem a democratização da mídia. É preciso romper com este sistema midiático composto por órgão privados, comerciais, partidários, elitizado e oligopolizado, são na verdade um empecilho para o avanço da democracia.
Hoje no Brasil catorze famílias possuem 90% do mercado midiático (privada e comercial) e o sistema de concessões de rádios e TVs são controlados politicamente pelo Congresso Nacional. Com todo esse poder conseguem barrar a CPI do Cachoeira que iria desnudar a Revista Veja e Revista época da Globo.
A grande mídia, representantes dos interesses do capital, tenta ditar principalmente a agenda do Ministro da Fazenda, a redução dos juros é um horror, vai deixar muitas famílias da casa-grande em dificuldade, a farra do retorno fácil do dinheiro está acabando, procura também a todo o momento forçar para que o governo aumente o preço da gasolina para que as ações da Petrobras possam subir e garantir o retorno na bolsa de valores. Índice de inflação já teve ter mais de dez, até semanal tem, qualquer oscilação positiva do índice o comentarista já fala, o governo precisa aumentar os juros para conter o consumo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Gastos com saúde no Brasil é muito baixo, a luta para aumentar tem que ser permanente. Precisamos lutar pela diminuição da taxa de juros que consome cerca de 40% do Orçamento da União, com isso também é retirado este percentual do Orçamento da Saúde. Leia matéria abaixo.

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Estamos na contramão da história. Estudos comprovam que os países com melhores indicadores de saúde são aqueles com sistemas universais de assistência, com forte participação do Estado no financiamento, na gestão e na prestação de serviços. É o caso de Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e outros. Em todos, a fórmula do sucesso se repete: os governos investem em saúde parcela significativa de seus orçamentos totais, orientando alto percentual do PIB ao atendimento das necessidades da área.
   De forma global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o gasto público em saúde equivale a 60%, contra 40% do privado. Há países em que o percentual público chega a 80%, restando 20% para o setor privado. O governo do Reino Unido, por exemplo, elevou de 79,3% para 83,6%, de 2000 a 2008, sua porcentagem de investimento público dentro das despesas totais em saúde. Os gastos do setor privado representam apenas 16,4% das despesas gerais em saúde. Na Alemanha, a proporção é de 77,8% para os gastos governamentais contra 22,20% do privado. 

No entanto, o Brasil insiste em descumprir a lição. Aqui, os investimentos do governo na área representam 45%, para cobrir a totalidade dos brasileiros, contra 55% do privado, que, em princípio, atende apenas um quarto da população brasileira. Na comparação das despesas em saúde com o PIB, o Brasil fica, na média global, com 9%. No entanto, ao avaliar o quinhão do investimento estatal, esse percentual cai para 3,5%, enquanto a média internacional fica em 5,5%.
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  (Roberto Luiz D'Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina)

Como que a periferia está mudando a ordem do mundo capitalista


Summers e os ensaios para uma nova ordem capitalista

Autor: 
 
Até Larry Summers, o duro Larry Summers, o homem que vinha dar aulas de neoliberalismo aos “macaquitos”, curvou-se antes as evidências da nova fase do capitalismo, na qual a geração de empregos passa a ser o ponto central, muito mais do que a inovação tecnológica. E onde os grandes serviços públicos (educação, saúde) passam a ser analisados não apenas como essenciais para a melhoria da qualidade de vida, mas como motores de desenvolvimento. O recado foi passado no maior fórum do capitalismo mundial, o World Economic Forum, em Davos.
Anos atrás, o grande José Gomes Temporão, ainda Ministro da Saúde, encomendou um trabalho sobre a participação dos serviços de saúde no PIB. Resultou em um seminário no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico s Social), onde se lançaram os primeiros ensaios de política industrial.
Para se entender a abrangência dessa manifestação, lembre-se primeiro que Summers foi dos principais porta-vozes globais do neoliberalismo. Longe dele o refinamento intelectual e a visão multidisciplinar de um Martin Wolff. Apesar de egresso do meio acadêmico, ele é direto e sem verniz como um texano. Daí a importância de suas colocações.
Os pontos centrais da doutrina neoliberal foram:
  1. Nos Estados Unidos, o projeto de focar a economia no setor financeiro e de serviços, deixando o chão de fábrica para a China. Perderam o bonde. Nenhum dos dois setores consegue substituir a indústria como fator dinâmico da economia e geradora de empregos. A indústria tem cadeias produtivas complexas, irriga os locais onde se instalada com a criação de redes de fornecedores, é cliente dos bancos e dos serviços. Sem a indústria sufocou-se o emprego, derrubou-se o mercado de consumo. Contornou-se essa vulnerabilidade com uma orgia de crédito. Até a bolha estourar.
  2. A ideia de da opção preferencial pelos ricos. Eliminem-se os impostos dos ricos e, como eles são mais eficientes na alocação de recursos, o dinheiro economizado será investido em novas empresas que aumentarão a oferta de empregos e a arrecadação. Os ricos tornaram-se mais ricos e os os pobres se tornaram mais pobres nos principais países a abraçar essas teorias: EUA e Inglaterra.
No Brasil, o anacronismo oportuno do pensamento acadêmico criou a ideia dos campeões nacionais – abraçada tanto pelo neoliberalismo de FHC como pelo desenvolvimentismo de Luciano Coutinho, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico s Social).
Não se confunda esse viés pró-emprego com a batalha de agregar valores à produção brasileira. Agregar valor significa oferecer empregos de melhor qualidade.

A década de ouro do capitalismo

No meu livro “Os Cabeças de Planilha” prevejo a guinada do capitalismo nessa direção, de pensar sistemicamente a economia, colocando em pé de igualdade mercado de capitais e pequena e micro empresa, inovação e políticas sociais etc. O método para se chegar a isso era simplesmente o de estudar o que ocorreu no ciclo financista anterior (que se desenvolve nas três últimas décadas do século 19, termina na 1a Guerra e é enterrado na crise de 29).
A recuperação se dá, primeiro, no modelo norte-americano do New Deal, de Roosevelt. Depois das disfuncionalidades amplas do setor financeiro, a economia volta-se para os municípios, legitima-se o papel dos bancos regionais, da geração de empregos e do discurso da solidariedade.
Quando o New Deal se esgota, Nelson Rockefeller propõe um segundo New Deal – que seria o esforço norte-americano para ajudar no desenvolvimento da América Latina. Libertar-se-ia o continente do atraso dos coronéis políticos, se criaria uma classe média forte, um mercado de capitais pujante, se investiria em ciência e tecnologia e se teria uma economia moderna integrada comercialmente aos Estados Unidos.
Nesse mesmo período, a criação da ONU e do Banco Mundial abriu espaço para uma estupenda geração de economistas sociais abraçando a bandeira da erradicação da miséria e o desenvolvimento das nações periféricas.
O grande inspirador desse movimento foi um dos maiores cientistas brasileiros de todos os tempos, Josué de Castro, cujos livros sobre a miséria incendiaram o idealismo dessa geração – muitos fugidos da guerra, como Albert Hirschmann e meu vizinho fantástico Ignacy Sachs, polonês de nascimento, naturalizado francês, mas brasileiro de coração.
Foram eles que pavimentaram o que se considerou a era de ouro do capitalismo, as três décadas em que o capitalismo tentou se legitimar como agente erradicador da miséria. Esse movimento acabou há exatos 40 anos, quando Richard Nixon decretou o fim da paridade dólar-ouro e inaugurou uma nova fase financista. A data passou quase em branco semanas atrás.
Nas suas missões latino-americanas, Hirschmann foi parar na Colômbia. E lá se deparou com uma sinuca. A ideia do desenvolvimento harmônico de todos os setores era impossível. Colômbia era um mar de atraso cercando algumas poucas ilhas de excelência.
Decidiu então recomendar novas estratégias de desenvolvimento. Primeiro, eleger os setores campeões. Depois, montar políticas econômicas que os beneficiassem, permitindo a acumulação de lucros e o crescimento. Esses setores trariam, atrás de si, a modernização do país.
Nos anos 60, essa mesma estratégia foi desenhada pelo mais imaginativo economista brasileiro, Ignácio Rangel, mas beneficiando o setor financeiro. Rangel considerava que o país só se desenvolveria quando tivesse grandes grupos financeiros que investissem nos grandes setores de infraestrutura. Por isso era contra qualquer política monetária ortodoxa, pois considerava que a flexibilidade monetária era fundamental para permitir grandes ganhos ao setor.
Desde os anos 50, a política econômica brasileira tem sido a arte de criar campeões nacionais: com Campos e Bulhões, os bancos; com Geisel, a indústria; com Coutinho, os frigoríficos. A diferença entre a PUC-RJ e a Unicamp residia apenas na escolha dos SEUS campeões.

O modelo colombiano no Brasil

No final de “Os Cabeças de Planilha” publiquei uma longa entrevista com FHC sobre o Brasil que ele ajudou a moldar. Não tinha nenhuma informação que prestasse sobre a importância da criação do tecido econômico em torno de pequenas e micro empresas; sobre a importância da inovação, mesmo do mercado de capitais, nada sobre arranjos produtivos locais, adensamento de cadeias produtivas, ou massificação de políticas sociais. Indaguei qual o modelo de desenvolvimento que perseguia. E ele: fortalecer grandes grupos modernos (no caso os financistas) e essas empresas, por si, conduziriam o país para a modernidade.
Era incrível que, em plenos anos 90, em uma economia diversificada, industrializada, complexa como a brasileira, FHC fosse aplicar as fórmulas de Hirschmann para a economia agrária da Colômbia dos anos 50.
Nenhuma teoria se faz no vazio. No jogo político, definem-se interesses políticos e, depois, busca-se a teoria mais adequada. A ideia do “campeão nacional” é atraente para o político, especialmente o gestor de políticas econômicas. Criam-se grandes grupos que serão aliados no presente e gratos no futuro. Muito diferente de políticas que beneficiam agentes pulverizados pelo país – como pequenos e médios empreendedores ou miseráveis atendidos por políticas sociais.
É por isso que a modernização brasileira se deu através dos agentes de políticas sociais, dos economistas e técnicos que ajudaram a montar o Bolsa Família, e de um governo que resolveu atropelar os cânones da economia na grande crise inaugurada em 2008.
Será sumamente interessante ver como se dará o aggiornamento dos economistas brasileiros. Não dos cabeças de planilha e economistas de papel – como o inacreditável professor de Deus Alexandre Schwartsman -, mas dos grandes intelectuais de ambas as escolas, os Werlangs e os intelectuais da PUC, o Instituto de Economia da UFRJ e da Unicamp.
Pena que esse período próximo, extremamente rico, não conte mais com a contribuição de Antonio Barros de Castro e Dionisio Dias Carneiro. Mas pelo menos se tem um Delfim Nettoi extremamente ativo e um Mailson da Nóbrega prudentemente calado.

Mudança que pode comprometer o futuro da nação.

Mudanças na Petrobrás e a soberania do país


por Mauro Santayana


Certos jornais e alguns de seus analistas políticos estão, de maneira dissimulada e com as artimanhas conhecidas, insinuando e apoiando a saída do geólogo Guilherme Estrella da mais importante das diretorias da Petrobras, a que cuida, exatamente, da pesquisa e produção. Do ponto de vista técnico, parece improvável que o Brasil disponha de outro quadro como Estrella. Ele entrou para a empresa mediante concurso público, há 48 anos, logo depois de formado – e se destacou, em seguida, como um dos mais competentes profissionais da instituição.


Sua trajetória, a partir de então, se insere na construção da história da  empresa. Participou das primeiras pesquisas e exploração do óleo no mar brasileiro. A partir de suas investigações teóricas sobre a geologia marítima, conduziu os estudos pioneiros que levaram à descoberta das jazidas do pré-sal. Como geólogo de campo, e trabalhando para a Petrobrás no Iraque, descobriu, em 1976,  o gigantesco campo de Majnoon, com reservas superiores a 10 bilhões de barris. Como se sabe, o Brasil renunciou à exploração desse campo, por iniciativa do então Ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki.


Estrella foi o coordenador da instigante investigação científica, que atribui a origem do petróleo brasileiro a depósitos lacustres, anteriores à separação dos continentes africano e sulamericano. Assim se formou o pré-sal, com o Atlântico ocupando o  espaço lentamente aberto, durante séculos geológicos. O diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás é, assim, um dos mais importantes geólogos do mundo. Sem dúvida, é o mais competente profissional da área em nosso país, ao associar o saber teórico à prática, como pesquisador de campo – que foi durante décadas – e ao êxito no cumprimento da responsabilidade pela descoberta e produção de nossas jazidas.


Mas o geólogo Guilherme Estrella tem dois defeitos gravíssimos, e, por isso, todos os interesses antinacionais – internos e externos – se unem para derrubá-lo, neste momento de mudanças na empresa. O primeiro deles é o seu confessado nacionalismo. O diretor de pesquisas e exploração foi nomeado pelo governo Lula, em sua política de recuperar a empresa, minada pela administração entreguista e irresponsável do governo Fernando Henrique Cardoso.


Seu antecessor no cargo, José Coutinho Barbosa,  protelava as perfurações exploratórias, a fim de que, ao vencer o prazo para as prospecções, em agosto de 2003, as áreas novas fossem devolvidas à ANP. Com isso, seriam outra  vez levadas a leilão, a fim de serem arrematadas pelas empresas  estrangeiras. Em poucos meses – de janeiro a agosto – Guilherme acionou a equipe de geólogos, conduziu-a com seu entusiasmo e capacidade de trabalho, e conseguiu descobrir mais seis bilhões de barris, dos 14 bilhões das reservas brasileiras antes do pré-sal.  Assim, impediu a grande trapaça que estava em andamento.


A outra razão é a transparente visão humanística de Guilherme Estrela. O geólogo não separa a ciência de sua responsabilidade pela busca da justiça e da igualdade social para todos os homens. Em dezembro último, ao falar em Doha, no Qatar, durante o 20º Congresso Mundial do Petróleo, ele, depois de seu excurso técnico sobre o óleo no mundo, suas reservas e perspectivas, aproveitou sua palestra para denunciar o sofrimento de grande parte da humanidade, sobretudo da parcela africana, em conseqüência da desigualdade e da injustiça. “Todos nós devemos ter vergonha disso” – resumiu.


Os maiores interessados na substituição de Guilherme Estrella são, em primeiro lugar, as empresas multinacionais, que têm, no profissional, o principal guardião dos interesses brasileiros. Não só as petrolíferas, mas, também, as fornecedoras de equipamentos. Desde 2003, o diretor de Pesquisa e Exploração da Petrobrás vem revertendo, na medida do possível, a danosa situação imposta pelo governo neoliberal, que, ao nivelar, nos mesmos direitos legais, as empresas estrangeiras com as brasileiras, promoveu a falência de indústrias nacionais, entre elas algumas  fornecedoras de equipamentos para a Petrobras.


Guilherme Estrella tem procurado encaminhar as encomendas para as empresas genuinamente brasileiras, sem prejudicar o desempenho da Petrobrás como um todo. Graças a essa política, ditada pelo interesse nacional, e recomendada pelo governo, reativou-se a indústria naval, e as plataformas, antes encomendadas no Exterior, estão sendo produzidas no Brasil, com a redução da participação estrangeira ao absolutamente necessário.


Outros interessados pela substituição do diretor são os notórios fisiólogos do PMDB. Como é de incumbência dessa diretoria as compras de equipamentos caros e pesados, ela vem sendo disputada pelo partido. Está claro que o ministro Edison Lobão deseja a substituição de Guilherme Estrella. Mas é improvável que o padrinho político do Ministro, o senador José Sarney – reconhecidamente um nacionalista – aceite, e nesse momento internacional difícil, a co-responsabilidade pela saída do atual diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás. Recorde-se que em seu governo o presidente Sarney resistiu e não privatizou nenhuma empresa. E quando Fernando Henrique decidiu privatizar a Vale do Rio Doce, Sarney escreveu-lhe uma carta vigorosa condenando a iniciativa.


O conhecimento é o principal instrumento da soberania. Homens como Guilherme Estrella não se escolhem com critérios políticos menores, mas, sim, em decisões maiores de política de Estado. E cabe um esclarecimento: quando Lobão diz que o diretor está pretendendo deixar o cargo, emite um palpite, ou expressa desejo pessoal – que não lhe cabe manifestar. Ao ministro cabe executar uma política de governo.


É certo que os inimigos do geólogo o têm submetido a  solerte guerra de desgaste, com o propósito, deliberado, de provocar uma reação emocional de sua parte. Mas Estrella é bastante arguto para perceber quem está por detrás da campanha para  afastá-lo. Aos 69 anos, está ainda jovem para abandonar a missão de que se encarregou, no dia em que começou a trabalhar na empresa – a primeira e única ocupação de sua vida. Ele sabe, que, no fundo, isso constituiria quase um ato de traição ao Brasil e ao seu povo.


Não lhe cabe, por isso mesmo, demitir-se do cargo que ocupa.